segunda-feira, 18 de abril de 2011

E quando o problema é ele?!


Há um ditado que diz que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Tudo bem. No entanto como portadora da má notícia, seguida da tão esperada boa nova, venho fazer o papel de carrasco e falar sobre algo que muito vejo em certos atendimentos mas tenho muita dificuldade para mostrar – ou falar (haja jeitinho). Entre os vários tipos de maridos, namorados ou companheiros há uma peça (nada rara) que chamo de sabotadores de mulher. São eles os teoricamente bem sucedidos homens que normalmente muito se orgulham de levar a casa inteira com as próprias mãos e gostam de forçar o papel da mulher como mera companheira (papel principal: esposa e mãe) que deve se entregar simplesmente aos seus deveres de dona de casa completa. Ôh!

Os sinais desse tipo de homem são muitos, mas passam principalmente pela mania de rebaixar, ainda que indiretamente, a mulher. Em situações de grande público eles tendem a dizer que a companheira não faz nada durante o dia, passando suas horas cuidando da casa – tarefa que para eles é simples e banal. Criticam os cuidados que as mesmas possuem com os filhos e acham que, ao fim do dia, merecem voltar para casa com tudo impecavelmente perfeito e harmonioso. Poeira no cantinho da sala é inaceitável! A esposa, aliás, deve estar pronta para atender suas muitas solicitações – do tipo lavar a camisa, servir o jantar, arrumar a cama. Carinho?! Uhnf. Sim, uma empregada com aliança dourada na mão esquerda. Tudo bem, porém, se esse papel deixa a mulher feliz… mas há um detalhe nesse tipo todo especial e particular de homem que é muito interessante de analisar. Eles tem uma mania urgente de querer evitar o bom humor da companheira e fazem um boicote diário no processo de auto estima elevada da figura feminina. Elogiam, no entanto, a figura externa (da secretária à jovem do bar). Criticam looks da espesoa/namorada, falam sobre defeitos no corpo, ressaltam a suposta ignorância da mesma e conseguem de maneira espetacular fazer com que a mulher perca sua vontade de se cuidar e acabe péssima… numa dependência plena do esposo. Que prático para o danado, não?! O que ele ganha é uma escrava permanente que por estar com tamanha baixa estima não consegue recuperar suas forças para sair dessa pegadinha, passando anos e mais anos vivendo uma vida infeliz por um processo que se constrói lentamente – e por isso é tão comum e eficaz. Homens são controladores, ao menos alguns; homens, alguns, não querem suas esposas bonitas porque são inseguros ao ponto de temer que elas encontrem algo melhor por aí. Esses tais homens de que falo roubam não só a juventude de algumas mulheres, mas sugam a vontade de viver dessas pessoas fragilizadas pela vida e pelos fatos – presa fácil. Sem medir culpados ou indicar razões para isso vale apenas dizer que o bom companheiro é aquele que sabe elogiar, ainda que não seja bom com palavras; ele consegue, com um olhar, demonstrar satisfação em lhe ver bem e se sente feliz e orgulhoso ao perceber, dia após dia, que tem ao lado uma pessoa bacana. O homem que quer rebaixar a mulher, que quer colocá-la para baixo e estragar sua vontade de viver, é o homem de mil caras. Ninguém, ninguém, tem o direito de tentar colocar outro alguém para baixo – há de estimular a satisfação, a começando pela felicidade estética.

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